Resenha #5 - Gyo, A Animação - Pra quê?

Gyo (peixe) é um mangá de horror escrito e desenhado pelo nosso querido Junji Ito e publicado originalmente em dois volumes pela Seinen Big Comic Spirits entre 2001 e 2002. O mangá conta a história de uma misteriosa invasão de peixes e outras criaturas marinhas com pernas no Japão, onde os dois protagonistas principais, Tadashi e Kaori, precisam lutar para sobreviver a esse estranho ocorrido.

Que coisa mais ridícula, Dan!

Pode até parecer, mas a história consegue surpreender tornando-se inteligente e bizarra ao decorrer do enredo, quero dizer, já que é uma invasão de peixes, existe algum tipo no mar que se tornaria um grande problema se andasse?

Uma dica: Começa com “tu” e termina com “barão”.

Eita... Complicou, heim?

Com certeza, tubarões que andam são bastante assustadores e Junji Ito pensou nisso primeiro, mas o mangá vai muito além disso, mas não estou aqui pra falar do mangá (embora farei comparações inevitáveis) e sim da recente adaptação em animação que fizeram dele e que me trouxe grande decepção.

Ultrajante.

Posso afirmar pra você, que leu ou não a obra original, que a recente Ova de Gyo, feita pelo estúdio Ufotable, é um ultraje (e, particularmente, a maior decepção que eu tive em relação a animes).

Quando eu soube que uma adaptação amimada estava a caminho fiquei em estado de euforia, pois pra mim Junji Ito é um grande mangaká, suas histórias me encantaram de uma forma estranha, pois, até então, o terror em mangá era novo pra mim e uma adaptação animada de uma delas nunca aconteceu. E para o meu azar, a animação foi um fracasso.

Fator ultrajante 1# - Mudança de foco.

Primeiramente, o correto era que em uma adaptação fosse levado em consideração o material original, mostrando as principais tramas e momentos importantes do enredo original.

E esse é um dos erros na Ova de Gyo.

Pra começar, ao invés da história ser focada no casal, com Tadashi como principal e a original Kaori dramática, a animação nos traz um Tadashi “morto”, uma Kaori entediante, “desbotada” e coadjuvantes desnecessários, os quais falarei agora.

Fator ultrajante 2# - Sobre-peso inútil e megera puta.

Cara, de quem foi a idéia tosca de por duas amigas falsas pra fazerem figuração na animação? Uma gorda que sofre bullying da amiga megera e vagabunda? E olha só, quando digo vagabunda não é só porque ela comete bullying com sua amiga, mas também no sentido de puta, porque a mulher faz sexo com dois homens ao mesmo tempo... E, veja bem, era realmente necessário acrescentar isso na adaptação de Gyo? E engatando no trem da safadeza, vamos para o penúltimo fator ultrajante. (eu nem vou falar do inútil do cameraman...)

Fator ultrajante 3# - Fan-Service.

Sim, caros amigos e amigas. Os malditos colocaram fan-service na animação de Gyo e pra quê!?

Bem, não há muito o que comentar, as “ibagens” falam por si só.

Essa é a megera puta.

Essa é a kaori do ova.

Clique aqui para ver a gota d'agua.

Fator ultrajante 4# - A Arte

Por último, uma das coisas mais legais qua eu acho no Ito é sua arte original. Ele tem um traço único em que consegue colocar sinistras expressões de pavor, medo e malícia no rosto das personagens e isso não esteve presente na Ova.

Definitivamente não conseguiram transmitir 1/3 da arte de Junji Ito e isso também foi triste.

Quantas as animações em CG, de que tanto o pessoal reclamou, não me incomodaram. Sim, não são boas, mas não chegam a ser nada escandalosamente ruim, afinal, o escândalo aqui é a animação como um todo.

Entretanto nem tudo é ruim.

Dá pra salvar algo?

A história, mesmo que porcamente modificada, ainda está lá e é interessante porque, mesmo não conseguindo retratar como no mangá, você consegue ter um gostinho de como é ver o mundo desmoronar bisonhamente de uma hora pra outra. Mas isso só nos faz dar valor ao mangá que é bem mais divertido e bizarro. Enfim, vejam o Ova e tirem suas próprias conclusão, mas já vou avisando... É triste.