Com certeza, já ouvimos ou vimos falar desses seres em algum mangá/animê, jogos e fotos artísticas
Em alguns
contos protetores, mas geralmente demônios-ogros malévolos, caçadores e
destruidores. Conheçam o Oni.
O termo Oni é equivalente a “demônio” ou “ogro” e é uma figura conhecidíssima no Japão, principalmente na literatura, arte e teatro japonês.
São Humanóides, geralmente grandes, mas às vezes pequenos,
possuem, quase sempre, chifres grandes ou pequenos, podendo ser lisos,
espiralados, pontudos ou sobre outras formas. Têm rostos de homens, macacos ou
bestas e como são selvagens por natureza, raramente vestem mais do que um
fundoshi, e, ainda, carregam um Kanabo, uma espécie de porrete cravejado com
pontos de ferro.
A variação mais famosa do Oni é a com chifres como de um boi e
usando um fundoshi de pele de tigre, podendo ser relacionada ao Kimon, um portal proibido, destinado a
infortunados, e pode ser encontrada no noroeste, ou no sentido de Ushi-Tora
(boi e tigre).
Por outro lado, a aparência dos Oni é, provavelmente, derivada
dos demônios chineses, trazidos dos contos do submundo Budista. Enma-Daio, o
rei do Jigoku (inferno), é às vezes
imaginado como tendo dois assistentes: o Aka-Oni (ogro vermelho) e o Ao-Oni
(ogro azul).
“Nunca fui de fazer nada de bom, nem pra mim
e nem pra ninguém. Na agitação da cidade, achava que tudo era permitido: usar,
roubar... Matar. E então, de um dia para o outro, decidi que não precisava mais
daquilo. Distanciei-me de tudo aquilo e fui morar bem longe, nas montanhas,
onde tudo era mais calmo. E por quê? Algo no ar me sufocava e uma sensação
indescritivelmente macabra me dominava.
Rapidamente saí de casa e
então eu o vi e... Meu Deus, o que era aquilo!?
Porque está ali, parado
olhando pra mim? Talvez eu já soubesse, tinha lido algo sobre isso: Grande,
forte, vermelho, tinha dois pequenos chifres no alto da cabeça e usavam um
fundoshi de pele de lobo, mas o que mais me assustava era sua expressão
maligna. Pela primeira vez na vida senti medo. Um Oni tinha vindo me levar e
não havia absolutamente nada que eu pudesse fazer”.
O oni pode certamente ser encontrado torturando
os pecadores no inferno, e, assim como no texto demonstrativo, ameaçando também
seres humanos neste mundo, procurando em montanhas e povoados de lugares
distantes, e montando em nuvens como os espíritos do vento e do trovão.
Nos contos folclóricos o Oni é geralmente tratado
como maligno, antropófago e um destruidor, que deve ser derrotado a qualquer
custo, entretanto, o Oni também tem uma função protetora... Às vezes.
As Onigawara são telhas decorativas, normalmente postas
nas extremidades dos telhados de templos, santuários e casas, literalmente,
significa “telha do Oni”. Exercem um
papel de proteção contra desastres naturais, fogos, espíritos ruins e etc.
O Oni também é uma parte chave do feriado
Setsubun. Este festival marca o começo da primavera, e o ano novo no antigo
calendário lunar. Pessoas com máscaras do ogro são ritualmente afastados,
simbolicamente protegendo o ano vindouro do infortúnio e do mal. Há muito tempo
atrás, o oni poderia ser repelido pelo fedor de sardinhas ardentes e outros
métodos, mas hoje é o mais popular lançar grãos de soja (os oni pira) e gritando "Oni wa soto! Fuku wa uchi!" ("Para fora com demônios! Venha a felicidade!").