A simplicidade magistral de Isao Takahata
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O Conto da Princesa Kaguya é um filme de Isao Takahata (O Túmulo dos Vagalumes), co-fundador do Studio Ghibli, e adaptação da, talvez, mais antiga narrativa japonesa: O Conto do Cortador de Bambu. Nela, Sayuki no Miyatsuki, o Cortador de Bambu, um dia se depara com um misterioso e brilhante talo de bambu e após corta-lo encontra nele uma minuscula criança.
Desde o primeiro momento, o Cortador de Bambu entende que aquela linda criança é uma princesa enviada pelos deuses e tudo fica mais claro quando ele descobre uma grande porção de ouro após cortar um bambu.
A "Pequena Bambu" - como é chamado pelos amigos da vila - vive seus melhores momentos da infância na vila onde mora, cercada de amigos, da natureza e das canções. Mas seu pai está decidido que aquilo não é suficientemente digno para ela e parte em busca de um nome e um título real para sua princesa.
Entre costumes nobres e pedidos de casamento, vemos o quanto a pequena princesa sofre enquanto seu pai adotivo, cego em sua missão de dar à ela o melhor, lhe rouba tudo o que é importante.
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Não há como falar sobre O Conto da Princesa Kaguya e não mencionar o seu conceito artístico, que é de uma simplicidade e beleza arrasadora e uma das melhores coisas em no filme. Ao invés de se preocupar em detalhar o mundo com realismo, o filme usa um conceito onde tudo parece suavemente desenhado e pintado a mão. É possível ver cada falha de preenchimento nos traços dos personagens e isso é incrível.
Além disso, temos os cenários em aquarela de Kazuo Oga (A Viagem de Chihiro) e o cara é sensacional.
A trilha sonora também é especial. Joe Hisashi (Princesa Mononoke, Ponyo), trabalhando pela primeira com "diretor", nos trás canções memoráveis.
No final, em O Conto da Princesa Kaguya, Isao Takahata mostra, em uma excelente animação e um desfecho emocionante, como podemos sofrer com a incapacidade que temos de aceitar que o simples como único e que nem sempre o que entendemos ser o certo, é de fato o certo.